Winston Smith,
personagem de “1984”, romance de George Orwel resume o ideal de muitos homens e
mulheres.
A personagem que
deixou os anos de sua meia-vida ir pelo ralo, o atrito desgastante da rotina de
alguém que deixa o tempo passar.
Esposa nem sabe
como perdeu, não faziam mais falta um para o outro, fim do amor e da paixão
somada em uma solidão a dois resulta em desapego, desimportância e até mesmo
deselegância.
Além do
cigarro e gim “Vitória”, Smith não tinha muito que fazer ou desejar.
Pessoas ditas normais, pertencentes à base de
nossa pirâmide social como Winston, encontram-se na mesma situação de
impotência.
Ao contrário do
personagem de Orwel, estas pessoas possuem
entretenimentos ,vontade de consumo, TV, internet, Celular e cerveja.
No romance, Orwel
faz sua personagem conhecer-se, rebelar-se, sofrer, violentar-se e esquecer-se.
TV, internet e
celular fazem o mesmo quando usado apenas como entretenimento em demasia. Eles
estão engolindo crianças e adultos por horas e horas. Todas elas perdidas em
sua quase totalidade.
Muitos como Winston, tentam subverter o
sistema contra as engrenagens opressoras do meio cultural, social e econômico
até receberem uma bala no crânio amando o Grande Irmão.
Um comentário:
Penso que em uma determinada época, como a que agora estamos vivendo, alguns assuntos são recorrentes e por isso diz-se que uma obra é genial, pois ela é atemporal.
Antes de George Orwel, Erasmo de Roterdão, publicou em 1511 "Elogio da Loucura", é um livro que apresenta a loucura como uma deusa que conduz as ações humanas. Identifica a loucura em costumes e atos como o casamento e a guerra. Diz que é ela que forma as cidades, mantém os governos, a religião e a justiça. Ele critica muitas atividades humanas, identificando nelas mediocridade e hipocrisia. Chego a pensar que George Orwel leu o livro... Ou que desde sempre a raça humana é igual.
Postar um comentário