sexta-feira, 15 de janeiro de 2010

ESTANHO



Foram loucas paixões.

Beijos no retrato do almejado

Querendo deliciar-se no regaço do escolhido.

Súbito entorpecimento, uma noite de delírio.

Ósculo inocente, roubado.

Sua boca como grilhões,

Prende-me em seu calcanhar de Aquiles.

Paraíso do qual nunca teria voltado.

O inferno soa frio,

Gelado como seu beijo morno.

Sua mão, que não toca a minha.

Mão solitária na tarde de outono.

O criado-mudo é testemunha

Desse devaneio de palavras tensas.

No passado, você guardaria as rosas que lhe dei.

Mesmo depois de secas.

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