segunda-feira, 8 de junho de 2015

Memória grafada





A memória as vezes é inoportuna
Como um arquivo que deve ser deletado
Incendiado como a biblioteca alexandrina
Sem as lembranças de outrora
Seria possível viver o momento atual
Sem a imprudência das amadas recordações
Essas que cercam a mente
Vociferando ironicamente
Nosso grau de decadência
Que atingimos nessa viagem diária para a morte
Amores, posses
Delitos e delícias.
Peripécias pueris da vida pregressa.
A criação de Baal Cadmus
Somado a invenção de Gutemberg
A reinventar lamentações







Um comentário:

Luma Rosa disse...

Oi, Poeta!
Eu não saberia viver sem as minhas recordações, mesmo as ruins. Imagina viver em constante amnésia e alguém sempre lhe dizendo: "Lembra do que disse, do que fez naquele dia tal...?". Mas muita coisa já esqueci... amores/nomes/rostos que chega a ser constrangedor! :) Se eu tivesse um museu e esculpisse bustos ou outras formas de manifestar minha arte mental enquanto ela estivesse fresca, quem sabe as informações seriam preservadas? Mas daí é refletir: Para quê? Está de bom tamanho esquecer aquilo que não quer mais se lembrar.
Já o que foi destruído por malfeitores, no futuro quem não conheceu pouco se importará. A história merece ser preservada, mas são poucos que se interessam. O que vai mudar a vida ou o futuro das pessoas?
Beijus,

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